A LEI SECA Quem nunca ouviu falar em "Se beber, não dirija" e "Álcool e direção não combinam"? Agora, o que era campanha virou lei. O cerco fechou de vez com a sanção da "Lei Seca", que tem sido severa com os motoristas alcoolizados. Para centenas deles que já foram autuados em flagrante, pairam agora a dor na consciência e o prejuízo em forma de multa de R$ 955, além da retenção do veículo, da suspensão da carteira de habilitação e do risco de prisão de seis meses a três anos. POLÊMICA Uma das polêmicas em torno da Lei é o seu lado radical. O medo de ser flagrado é tão grande que algumas pessoas têm até receio de ir a um restaurante e dirigir. Imagine: o cliente pede um filé ao molho madeira, na sobremesa saboreia um bombom de licor e, antes de pegar o carro, faz uso de um anti-séptico bucal. Caso tome um xarope para curar a tosse, a situação pode se agravar ainda mais se fizer o teste do bafômetro. Os mais contrários à Lei relutam e afirmam que "usuários de drogas como êxtase, maconha e cocaína, entre outras, não são flagrados no bafômetro". Para fugir do flagrante, alguns aderiram à "corrente do goró", na qual pessoas se comunicam por meio de mensagens de celular e alertam os amigos sobre locais de blitz. Os primeiros reflexos “Pós-Lei Seca” são: queda de atendimento a vítimas de acidentes de trânsito nos hospitais, diminuição de mortes em estradas, faturamento menor nos bares e restaurantes e, é claro, aumento considerável no número de multas. MUDANÇA DE HÁBITO A mudança de hábito passa necessariamente por deixar o carro na garagem. Nas últimas semanas, táxis e carona de amigos que não bebem têm sido as melhores opções. No entanto, muitos reclamam do preço do táxi. Ao mesmo tempo, outros tantos criticam a longa espera pelo ônibus durante a madrugada. Sobre a possibilidade do surgimento de novas linhas de ônibus em horários extras em conseqüência da Lei Seca, surge a pergunta: como oferecer alternativa de transporte aos que consomem bebidas alcoólicas e não podem dirigir na volta para casa?
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